LIVRO: O LIVREIRO DE CABUL
Durante a primavera de 2002, a jornalista norueguesa Asne Seierstade, viveu durante três anos com uma família afegã, podendo produzir essa narrativa contando os detalhes do dia-a-dia de Sultan Khan, um famoso livreiro de Cabul, suas duas esposas, cinco filhos e outros parentes em uma casa de quatro cômodos.
Como ocidental, mulher e hóspede, ela pode viver na pele como é, principalmente, a vida das reprimidas mulheres afegãs, tanto no período do Talibã como depois dele, além de poder transitar entre os universos feminino e masculino, mostrando em seu texto, como os homens possuem direito a tudo e, as mulheres a nada, sendo tratadas como lixo.
Paralelamente, preso e torturado durante o regime comunista, dos mujahedin e dos talibãs, Sultan Khan teve sua livraria invadida e parte dos livros queimados, mas mesmo assim, seguia com o sonho de transformar-se em um núcleo da Biblioteca Nacional, assim, colocando seus filhos homens para trabalhar de maneira escrava em suas livrarias.
Embaixo de uma burca, Asne relatou os sofrimentos das parentas de Sultan quanto ao amor, casamento e filhos, as tragédias que aconteciam em nome da honra da família, como os valores são outros, assim como a vida de cada um.
Com o best-seller já vendido em 30 países, a jornalista não parou por aí, partiu para uma ação mais concreta para ajudar os afegãos: doou US$ 200 mil (cerca de R$ 450 mil), parte dos ganhos com seu livro, para construir uma escola para 600 garotas nos arredores de Cabul.
Khan, cujo verdadeiro nome é Shah Mohammad Rais, ameaçou processar Seierstad, mas trocou o tribunal por um contrato com um editor norueguês, para um livro com o título "Eu Sou o Livreiro de Cabul".
CRÍTICA
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